
Desde 1997, o MTST ocupa terras e constrói o poder popular nas periferias, mas sabemos que, no século XXI, ocupar também significa subverter as estruturas que mantêm a classe trabalhadora à margem do mundo digital.
O Núcleo de Tecnologia do MTST nasceu da certeza de que a luta por moradia e pela soberania digital popular são trincheiras inseparáveis da mesma batalha.
SOBRE NÓS
Por que um Núcleo de Tecnologia
no MTST?
Porque o direito à cidade não é só teto. É acesso a ferramentas que não nos exploram. Enquanto o capital transforma dados em mercadoria e algoritmos em armas de exclusão, nós erguemos alternativas na prática, tecnologias feitas pelo
e para o povo.
Criamos este núcleo em meio à pandemia, quando a solidão do home-office encontrou a urgência das ocupações. Sobreviveram os projetos com raiz na luta concreta.
Hoje, alunos e alunas das nossas primeiras turmas estão no mercado, mas nunca deixaram o movimento, porque aqui, tecnologia é ferramenta de organização, não apenas emprego.
Lutamos por direitos!
Nossa atuação se organiza em três eixos fundamentais:
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Conectividade significativa e comunitária: não basta ter acesso à internet - construímos redes populares que servem às necessidades organizativas das cozinhas solidárias e ocupações.
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Formação tecnológica crítica e periférica: nossos cursos unem programação e consciência de classe, formando tecnicamente pessoas comprometidas com as lutas populares. Ensinamos microeletrônica e Python, por exemplo, tanto quanto ensinamos a ler criticamente os algoritmos que oprimem nossa gente.
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Trabalho digno para além da bravata: desenvolvemos alternativas concretas à precarização, como o "Contrate Quem Luta", que gera renda sem intermediários exploradores, mostrando que uma economia digital solidária é possível.

Além disso, experimentamos novas táticas, partindo da premissa que é tentando, errando e aprendendo que avançamos. Desenvolvemos ferramentas de participação política, temos um laboratório de jogos conscientizadores e adotamos uma abordagem crítica e integrada sobre os dados, insumo central das chamadas “Big Techs”.
Construímos coletivamente
a Soberania Digital e Popular
Entendemos a Soberania Digital Popular como o processo e o produto da organização popular para se autodeterminar, criar, desenvolver, subverter, democratizar e controlar infraestruturas e tecnologias digitais a serviço do povo e das necessidades identificadas nas práticas de luta por teto, terra, trabalho e pão, condicionadas pelo território e tempo, com, além, ou apesar do Estado.
No fim do dia, "não há soberania digital popular com gente sem casa e sem comida". Por isso, lutamos por territórios digitais soberanos, espaços onde infraestruturas digitais, dados e códigos cumpram seu valor social, como a terra que ocupamos.
